Comissão quer mobilizar sociedade para viabilizar retorno dos grupos artísticos
A Comissão Especial de Vereadores (CEV) que discute o retorno formal das atividades dos Grupos Artísticos de Cubatão se reuniu ontem (30) com representantes dos corpos estáveis e integrantes da secretaria municipal de Cultura para discutir as medidas que serão tomadas nas próximas semanas para sensibilizar a população local e o Poder Executivo sobre a importância dos grupos artísticos como patrimônio imaterial de Cubatão. O encontro foi conduzido por Rodrigo Alemão (PSDB), presidente da CEV, e contou com a presença dos parlamentares Sérgio Calçados (PSB), Guilherme do Salão (PROS), Alessandro Oliveira (PL), Fábio Roxinho (MDB) e Rafael Tucla (Progressistas).
O presidente da CEV disse que o grupo de trabalho vai se debruçar sobre o orçamento municipal, a fim de verificar se existe alguma dotação que possa ser empregada para dar sustentabilidade aos grupos artísticos. Rodrigo Alemão afirmou que a comissão irá realizar uma audiência pública nas próximas semanas, a fim de escutar os diversos setores culturais da cidade e dar publicidade sobre a real situação dos corpos estáveis. O parlamentar comentou que esse encontro deve mobilizar a sociedade cubatense, de modo que todos conheçam os mecanismos legais possíveis para a recriação institucional dos grupos artísticos.
O secretário de Cultura, Zeca Rodrigues, sinalizou que não há no interior da administração uma proposta para institucionalizar formalmente os grupos artísticos. O representante do Poder Executivo defendeu um projeto mais amplo para o segmento cultural da cidade, incluindo outras manifestações artísticas, como o teatro, as artes plásticas e o audiovisual. Ele também disse que está em estudo um programa para desenvolver oficinas e cursos às comunidades, tendo como monitores arte-educadores. Ele ainda garantiu que o governo finalizará as obras do teatro municipal e a reforma do CEU das Artes.
O maestro Roberto Farias, fundador da Banda Sinfônica de Cubatão, criticou o governo por não demonstrar vontade de resguardar os grupos artísticos. O músico comentou que os corpos estáveis não estão legislando em causa própria nem “passando o pires”. “Estamos defendendo um legado histórico da cidade”. Ele também ressaltou que Cubatão tem uma vocação artística que não pode ser desvalorizada.
Sérgio Calçados disse que o governo não respeita o setor cultural nem o parlamento. O parlamentar criticou o secretário de governo e a chefe de gabinete, que foram convidados para a reunião da CEV, mas não compareceram. Já Rafael Tucla defendeu que, diante da falta de disposição do Poder Executivo em resolver a questão dos corpos estáveis, a Câmara deveria revogar a lei que tornou os grupos artísticos como patrimônio imaterial da cidade.