Frente Parlamentar em Defesa dos Guarás-Vermelhos é lançada na Câmara

O Câmara Municipal realizou hoje (20) o evento de lançamento da a Frente Parlamentar em Defesa dos Ninhais dos Guarás-Vermelhos de Cubatão no plenário do Legislativo. Os trabalhos foram conduzidos pelo deputado estadual Paulo Corrêa Junior (PSD), presidente da Frente, e contou com a presença na mesa oficial do representante da Autoridade Portuária de Santos (APS), o advogado Sidnei Aranha; o prefeito municipal César Nascimento; o presidente da Câmara, o vereador Topete (PSD); e o ex-prefeito e ex-vereador Ademário Oliveira. A solenidade ainda contou com a participação de parlamentares e membros do Poder Executivo.   

A Frente tem o objetivo de discutir medidas de proteção ambiental dos ninhais dos guarás-vermelhos na área da Ilha do Tatu, bem como a restrição de novos empreendimentos em regiões ecologicamente sensíveis. Segundo o representante da APS, é preciso entender conceitos como “área de proteção permanente”, que não significa local intocável, como um santuário. Para Sidnei Aranha, não há incompatibilidade entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O gestor defendeu que a tese de que a ciência é que vai apontar os potenciais impactos ambientais da instalação do centro logístico.   

Paulo Correia Junior (PSD) explicou que a principal missão da frente parlamentar é construir um diálogo, envolvendo todos os setores interessados. “Aqui não é um palanque de guerra política, não é um instrumento onde ficamos se digladiando, aqui é um instrumento de diálogo, de construção, e todos que estamos aqui queremos o melhor para a cidade de Cubatão”, concluiu o deputado. 

O vereador Tinho (PSD) chamou a atenção para o fato de que o pátio será instalado numa área altamente populosa, onde residem mais de 60 mil pessoas, entre os moradores dos bairros Jardim Casqueiro, Ilha Caraguatá, Bolsões, e Parque São Luiz. Segundo o parlamentar, a Câmara não é contra o desenvolvimento da região, mas é preciso construir um diálogo democrático e maduro, envolvendo a sociedade cubatense.  

“Não podemos aceitar que Cubatão se torne, terra de ninguém mais uma vez, a sociedade civil, juntamente com o munícipe, ele tem que ser ouvido” reiterou o Ronaldo da Comissão (PSD), citando bairros como Bolsões e Ilha Caraguatá bairros que se tornaram supervalorizados após obras feitas recentemente. O parlamentar defendeu que a população seja ouvida, antes de quaisquer projetos sejam realizados no local. 

Para Alessandro Oliveira (Republicanos), o pátio regulador é igual feira livre, todo mundo quer, mas ninguém quer perto de casa. Segundo o vereador, a discussão sobre o centro logístico na Ilha do Tatu já nasceu totalmente equivocada, pois não se discutiu com a sociedade civil e com os representantes do Poder Legislativo.  

O prefeito César Nascimento ressaltou a importância do respeito às pessoas e à vida humana. “Cubatão pode ser sido um dia a área de serviço de Santos, mas não somos mais”. O chefe do Executivo Municipal disse que ao contrário do que a APS afirma, o pátio irá passar pelo perímetro urbano, prejudicando fortemente a população do Jardim Casqueiro. “Como é que nosso solo vai suportar tamanho tráfego desses caminhões, como pode falar que as pessoas vão respirar bem?”, questionou o prefeito. Ele completou dizendo que entende que a cidade tem uma vocação histórica, ligada ao Polo, mas ela não se resume à indústria, assim, é preciso considerar os impactos ambientais e sociais de qualquer empreendimento.