Encontro discute medidas para implantação de centro tecnológico e geração de emprego
A cidade de Cubatão foi a que mais sofreu com o fechamento de vagas de trabalho na região, sendo que dos 40 mil desempregados na Baixada Santista, 12 mil são do município. Diante dessa realidade, a Câmara promoveu ontem (10/10) a Audiência Pública sobre a Implantação do Parque Tecnológico e Geração de Emprego. A iniciativa foi da Comissão Permanente de Indústria, Comércio, Emprego, Trabalho e Renda do Legislativo Cubatense, presidida pelo vereador Toninho Vieira (PSDB).
Participaram da audiência Marcos Espírito Santo secretário municipal de Emprego e Desenvolvimento Sustentável; Valmir Ramos Ruiz, gerente executivo da unidade regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP); Herbert Passos, presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista; Luiz Carlos de Andrade, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracomos); Edison da Silva Oliveira, representante regional da Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho.
Herbert Passos afirmou que a retomada do crescimento e da empregabilidade na região passa pelo fortalecimento das empresas de grande porte. Ele comentou que o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) da Bahia serve de modelo para Cubatão. O sindicalista defende a implantação de um Centro de Manutenção na cidade, que poderia ter como clientes as indústrias de Mauá, mas, para isso, segundo ele, a administração deveria reduzir os custos (taxas e impostos) para instalação de fábricas desse segmento.
O representante do Sintracomos criticou a atuação do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), que, para ele, não vem dando o suporte adequado para a geração de empregos na região. O sindicalista sugeriu a criação de um Centro de Desenvolvimento Econômico ou um Parque Tecnológico, nos moldes do que foi feito em Londrina (PR), Campinas (SP) e São José dos Campos (SP).
O secretário municipal afirmou que sua pasta vem trabalhando para efetivar convênios com entidades como CIESP e SEST/SENAT. O gestor criticou a chamada “troca de camisa”, em que algumas empresas demitirem funcionários e, posteriormente, contratarem os mesmos com salários reduzidos. Ele disse ainda que recentemente conheceu o projeto de Incubadora de Empresas de Sorocaba e esta experiência pode ser reproduzida em Cubatão. Sobre a Frente de Trabalho, Espírito Santo explica que a proposição depende de um parecer da procuradoria.
O gerente do CIESP afirmou que a desativação do alto forno na Usiminas e a fusão de algumas empresas contribuíram para o fechamento de postos de trabalho em Cubatão. Ruiz destacou que a cidade precisa mudar sua vocação industrial, passando a receber também indústrias de transformação, como a da linha branca. Ele ainda defendeu a política de privilegiar a contratação de trabalhadores cubatenses, apesar de estarmos dentro de uma região metropolitana.
O vereador Marcinho (PSB) criticou a discriminação sofrida por desempregados cubatenses nas unidades do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) da região. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Alemão (PSDB), ressaltou a retomada do diálogo entre o setor industrial e o Poder Público, especialmente, o Legislativo.
Toninho Vieira (PSDB), presidente a Comissão Permanente de Indústria, Comércio, Emprego, Trabalho e Renda da Câmara, disse que o grupo de trabalho irá realizar novas reuniões para discutir o tema da audiência pública.